quarta-feira, maio 28, 2008

Sobre impostos e gargalos

Ontem eu tava vendo algumas manifestações por conta da carga alta de impostos que o Brasil tem. Reinauguração do novo "impostômetro" na Associação Comercial de São Paulo (para colocar a casa do trilhão de reais) e protestos em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, que vendiam produtos sem a incidência de imposto.

Me chamou atenção um exemplo ocorrido no sul: estavam vendendo o carro mais barato do Brasil, um Fiat Uno, por cerca de R$ 14 mil, em vez dos cerca de R$ 21 mil que custaria normalmente, assim como TVs de plasma, gasolina, etc.

Sem entrar no mérito sobre o destino do dinheiro de impostos (e assumindo que sim, o brasileiro paga muito imposto), será que essa carga toda não acaba sendo benéfica de certo modo?

Explico: imaginem se os carros mais baratos estivessem custando R$ 14 mil, a explosão de vendas que isso não iria dar. Aumento de vendas, aumento de preços (já que a indústria não conseguiria acompanhar o aumento da demanda) e alta nos congestionamentos, já que a estrutura das cidades não comporta tanto carro e o transporte público não é lá essas coisas.

A propensão dos brasileiros ao consumo é muito alta, na esteira do desejo de refletir aqui os mesmos padrões de consumo de países desenvolvidos, cuja renda per capita é superior à nossa (e por conseguinte, o mercado de falsificações aqui é bem rentável). Portanto, será que os impostos não estão brecando um maior consumo, frente à uma oferta que cresce mais lentamente, e assim evita inflação?

Lembrem-se que nos anos 80, o Cruzado jogou milhões de brasileiros no mercado de consumo e deu no que deu: falta de alimentos e inflação descontrolada. O Plano Real deu certo porque juntamente com o poder de compra, no primeiro momento o governo pareou o real com o dólar e assim nossa demanda desenfreada foi suprida com importações também, o que arrebentou nossa conta corrente, e posteriormente com a liberação cambial em 99, torrou quase todas as nossas reservas cambiais.

Portanto, as coisas precisam ser feitas com cuidado, lentamente, evitando descompasso entre a fúria gastadora dos brasileiros e a oferta para suprí-la.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pode ser um pensamente extremamente elitista e egoísta da minha parte (do tipo: eu posso ter carro mas o pobre não), mas eu tenho certeza que carros mais baratos iam fuder ainda mais as nossas cidades. Já basta a quantidade de engarrafamentos com eles no preço que estão. Isso sem falar em coisas como o risco de desabastecimento de combustíveis, aumento de preços dos mesmos, etc.

Mas já notei que uma das principais preocupações do nosso governo é com a voltar da inflação...parece que aqueles anos do final dos anos 80/início dos 90 traumatizaram mesmo, heheheh

fabianoristow disse...

po kra comcordo em parte neh porq sei lah axo q se naum baxar os precos dos carro tipoh mue pai naum vai pode comprah mue carro prah mim falow

Anônimo disse...

O bom dos seus posts é que vc fala de assuntos dos quais eu sou leigo, mas fala de um jeito que eu consigo entender perfeitamente.