quarta-feira, setembro 17, 2008

Faça o que eu digo, não faça o que eu faço

John Maynard Keynes deve estar rindo, onde quer que esteja. Keynes foi um dos economistas mais importantes da história. Foi ele quem defendia a idéia da intervenção do Estado na economia, ou seja, idéia totalmente contrária daquela que os Estados Unidos e seus formuladores de política sempre defenderam. As receitas neoliberais especialmente dos anos 90, para países em desenvolvimento, sempre foram baseadas em preceitos opostos ao que Keynes defendia.

Milton Friedman, por sua vez, foi um dos baluartes do liberalismo. Foi o maior advogado do neoliberalismo econômico e da subseqüente redução das funções do Estado frente ao domínio do mercado livre. Porém, Friedman disse algo sábio em 1965: "diante de crises, somos todos keynesianos".

Não deixa de ser emblemático. Com a crise gigantesca nos Estados Unidos que culminou essa semana com a quebra do quarto maior banco de lá, o governo foi obrigado a intervir. Gastou nada mais do que US$ 200 bilhões de dinheiro público salvando dois bancos hipotecários e hoje veio a notícia de que aportou mais US$ 85 bilhões na AIG, maior seguradora americana, e estatizou-a. Ou seja, mais uma vez dinheiro público usado para salvar empresa privada.

Independente de qualquer outra coisa, quando um Hugo Chavez ou afins realiza uma estatização, é um carnaval total em cima. Por outro lado, todos se ajoelham diante da ajuda estatal na terra do tio Sam, terra do suposto livre mercado. Dias irônicos esses, cujos desdobramentos parecem que demorarão a terminar tão cedo.

quinta-feira, setembro 11, 2008

Da série: como abortar o crescimento do país

Dia 10/09

De manhã:
PIB brasileiro cresce 6,1% no segundo trimestre em comparação com o mesmo trimestre do ano passado.

De noite:
Banco Central aumento o juros em 0,75 p.p. passando a 13,75% a.a., quarta alta seguida.

E assim, o país vai crescendo de teimoso.