sexta-feira, maio 09, 2008

Alimentos, alimentos

Hoje o IBGE divulgou a inflação de abril, e como era esperado, o índice acabou acelerando na passagem de março: de 0,48% para 0,55%. Culpa principalmente dos alimentos, que responderam por 0,28% do índice, ou seja, praticamente a metade.

De março para abril, vários produtos apresentaram alta: pão francês (+7,33%), farinha (+6,80%), pão doce (+3,02%), macarrão (+2,34%), pão de forma (+1,12%), cebola (+15,87%), leite pasteurizado (+3,56%), óleo de soja (+3,18%), arroz (+1,96%), carnes (+1,35%), entre outros. Tendência que deve permanecer ainda por algum tempo. Por outro lado, o feijão carioca levou um tombo de quase 11,0% no preço, demonstrando que quando há normalidade de safra e ajuste com a demanda, os preços tendem a se acomodar.

O momento é de sangue frio, porque a inflação dos alimentos é um fenômeno mundial. Fora que o petróleo também está contribuindo bastante, como já comentei aqui e não pára de subir. A notícia boa de abril é que os produtos não-alimentícios apresentaram variação de 0,34%, um pouco abaixo do resultado de março (0,36%), ou seja, comportado. Mesmo assim, o acumulado em 12 meses já fez com que o índice de inflação passasse dos 5,0%, o que não víamos há algum tempo. E dá-lhe Brasil colhendo safra recorde de grãos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu sou muito ignorante nesses assuntos, coisa da qual me envergonho bastante. Mas deixa eu aproveitar para fazer uma pergunta: essa inflação dos alimentos é algo que vai passar sozinho, algo do tipo "males que vem para bem" ou algo está sendo feito ou devia estar sendo feito a respeito?

Anônimo disse...

Na verdade acho que algo já está sendo feito. O próprio setor se arruma meio que sozinho. Os preços altos fazem os produtores correrem pra plantar essas culturas e com isso o preço acaba caindo na próxima safra. O problema é o petróleo que é matéria-prima pra fertilizante, por exemplo, que impacta direto nos custos dos alimentos, além do frete para transportá-los (combustível pra caminhões, etc).