quinta-feira, maio 15, 2008

Sobre etanol e inflação

Etanol, etanol e etanol. O mundo parece ter acordado pra uma questão que faz parte da nossa realidade, no mínimo, há trinta anos. Desde o começo da crise alimentar e da comoção com o aquecimento global, não passa um dia sequer sem que não haja um artigo em algum jornal importante do mundo que fale sobre o etanol brasileiro e o programa de bicombustível daqui.

Ontem foi lançado um relatório do Conselho para Relações Exteriores de Nova York, dizendo sobre o novo momento da América Latina e que terminou a era hegemonica dos Estados Unidos por aqui. Além disso, cita a necessidade de cooperação mútua entre os países, em especial com o Brasil e seu etanol. Este também foi um dos principais assuntos da visita da chanceler alemã Angela Merkel ao país, a primeira visita sua à América Latina, onde posteriormente participará da 5ª Cúpula União Européia-América Latina em Lima, no Peru. A saída da ministra Marina Silva (que fará muita falta) deve produzir mais notícias sobre isso, especialmente por ter sido dura nas suas convicções sobre a compatibilidade entre crescimento econômico e proteção do meio ambiente. Qualquer motivo é motivo pros europeus/americanos barrarem a entrada do etanol (e outros produtos agrícolas) em seus países e a aparente fragilidade do Ministério pode se reverter em ônus para o governo.

Em outras notícias, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, não estava brincando quando disse que fará de tudo pra inflação não sair da meta. Além de aumentar os juros dia 16 de abril e reduzir o imposto dos combustíveis para que não houvesse repasse aos consumidores, dessa vez foi anunciado pelo governo a isenção da cobrança de Pis/Cofins até o final do ano na comercialização de trigo, de farinha de trigo e do pão francês, procurando atenuar as elevações de preços desses produtos que têm pressionado a inflação. Se temos impostos acachapantes, que se reduza quando há pressão de preços.

A boa notícia do dia, no entanto, veio da FAO, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, que segundo seu índice de preços de inflação mundial dos alimentos, estava ensaiando uma estabilização. Em abril, o índice caiu depois de 15 meses em alta, especialmente por conta de queda dos preços do arroz, trigo e laticínios.

3 comentários:

Anônimo disse...

Tisf, você que é um rapaz antenado, sabe se está ocorrendo alguma espécie de desabastecimento de alcool combustível? Fui abastecer meu carro e só tinha gasolina em 3 postos daqui de BH. Fiquei pensando que com o "boom" de veículos Flex, os produtores de alcool poderiam não ter conseguido acompanhar o ritmo. Sabe se está acontecendo alguma coisa do tipo, ou se é um problema exclusivo de BH?

Anônimo disse...

Rafa,
Foi detectado problema sim, que inclusive tá afetando o preço do álcool. Uns culpam a logística, outros a entressafra e os estoques baixos. Olha esse link da Agência Brasil: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/05/12/materia.2008-05-12.3021950983/view

Anônimo disse...

Ok, enfim, então você acaba de ganhar um post no meu blog: http://qchose.wordpress.com/2008/05/15/cade-o-alcool/ =P