Essa semana ocorre a reunião anual do G8, os "sete países mais ricos do mundo mais a Rússia". Cada vez mais em lugares isolados para evitar manifestações, dessa vez estão na ilha mais ao norte do Japão, Hokkaido. Na foto acima estão plantando árvores: Angela Merkel (chanceler da Alemanha); George W. Bush (presidente dos Estados Unidos); Yasuo Fukuda (primeiro-ministro do Japão); Nocolás Sarkozy (presidente da França) e Medvedev (presidente da Rússia).
A questão é: será que esses países ainda representam o planeta todo numa discussão sobre preços dos alimentos, aquecimento global e preço do petróleo? Fazem parte do G8: Estados Unidos, França, Alemanha, Japão, Itália, Canadá, Reino Unido e a Rússia. Em termos de PIB, esses países representam 58% do planeta, fatia que vem diminuindo nos últimos anos. Mas será que uma reunião dessas sem a participação de países como China, Índia e Brasil, grandes países em termos de território, que juntos detém quase metade da população do planeta e emitem quantidades consideráveis de carbono é justa? Ou mesmo sem a participação de algum país árabe ou africano, para darem seus pareceres sobre o preço do petróleo e dos alimentos, é factível?
Nos últimos anos, algum desses países, como Brasil, China e Índia participam dessa reunião, mas apenas como convidados e numa reunião secundária. O presidente da França já se posicionou favorável ao aumento do grupo, mas encontra resistências nos líderes da Itália e dos Estados Unidos.
É um paradoxo interessante. O Conselho de Segurança da ONU, formado por 5 países com poder de veto, ou seja, os mais importantes do mundo (basicamente os vencedores da Segunda Guerra), são: Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China. A China não está no G8, assim como o Japão e Alemanha, segundo e quarto PIBs do mundo respectivamente, não estão no Conselho de Segurança como membro permanente. A China veta o Japão na ONU, o Japão veta a China no G8, já que são inimigos históricos. A Rússia pertence a ambos os grupos, mas não é mais rica que Brasil e China, por exemplo. Outros argumentam que o G8 é um grupo democrático, por isso não querem que a China entre, mas a Rússia não é um exemplo de democracia. O Canadá, não é mais rico que a China e se formos levar em conta o PIB per capita, muitos países da Europa ultrapassam o Canadá no quesito. Pode-se levar em conta também o poderio militar, para explicar o Rússia em ambos os grupos ainda hoje, mas a China nuclear tem o maior exército do mundo e o Japão e Canadá não tem lá uma força militar relevante.
E assim criam-se outros grupos por fora para forçar uma reforma nos clubinhos: o G4 é formado por Japão, Alemanha, Brasil e Índia, e almejam uma vaga permanente na ONU; o G5 é formado por China, Índia, Brasil, África do Sul e México, e querem transformar o G8 em G13, e assim participarem mais ativamente das reuniões anuais do grupo.
O fato é que as instituições hoje precisam de reformulações para acompanhar as mudanças que aconteceram no mundo nas últimas décadas. Quem tem o poder não quer dividir com mais pessoas e demora até se convencer que o jogo político e econômico não é imutável. Ou parafraseando Heráclito, nada é permanente, exceto a mudança.
A questão é: será que esses países ainda representam o planeta todo numa discussão sobre preços dos alimentos, aquecimento global e preço do petróleo? Fazem parte do G8: Estados Unidos, França, Alemanha, Japão, Itália, Canadá, Reino Unido e a Rússia. Em termos de PIB, esses países representam 58% do planeta, fatia que vem diminuindo nos últimos anos. Mas será que uma reunião dessas sem a participação de países como China, Índia e Brasil, grandes países em termos de território, que juntos detém quase metade da população do planeta e emitem quantidades consideráveis de carbono é justa? Ou mesmo sem a participação de algum país árabe ou africano, para darem seus pareceres sobre o preço do petróleo e dos alimentos, é factível?
Nos últimos anos, algum desses países, como Brasil, China e Índia participam dessa reunião, mas apenas como convidados e numa reunião secundária. O presidente da França já se posicionou favorável ao aumento do grupo, mas encontra resistências nos líderes da Itália e dos Estados Unidos.
É um paradoxo interessante. O Conselho de Segurança da ONU, formado por 5 países com poder de veto, ou seja, os mais importantes do mundo (basicamente os vencedores da Segunda Guerra), são: Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China. A China não está no G8, assim como o Japão e Alemanha, segundo e quarto PIBs do mundo respectivamente, não estão no Conselho de Segurança como membro permanente. A China veta o Japão na ONU, o Japão veta a China no G8, já que são inimigos históricos. A Rússia pertence a ambos os grupos, mas não é mais rica que Brasil e China, por exemplo. Outros argumentam que o G8 é um grupo democrático, por isso não querem que a China entre, mas a Rússia não é um exemplo de democracia. O Canadá, não é mais rico que a China e se formos levar em conta o PIB per capita, muitos países da Europa ultrapassam o Canadá no quesito. Pode-se levar em conta também o poderio militar, para explicar o Rússia em ambos os grupos ainda hoje, mas a China nuclear tem o maior exército do mundo e o Japão e Canadá não tem lá uma força militar relevante.
E assim criam-se outros grupos por fora para forçar uma reforma nos clubinhos: o G4 é formado por Japão, Alemanha, Brasil e Índia, e almejam uma vaga permanente na ONU; o G5 é formado por China, Índia, Brasil, África do Sul e México, e querem transformar o G8 em G13, e assim participarem mais ativamente das reuniões anuais do grupo.
O fato é que as instituições hoje precisam de reformulações para acompanhar as mudanças que aconteceram no mundo nas últimas décadas. Quem tem o poder não quer dividir com mais pessoas e demora até se convencer que o jogo político e econômico não é imutável. Ou parafraseando Heráclito, nada é permanente, exceto a mudança.
3 comentários:
Considering the fact that it could be more accurate in giving informations.
Well done for this wonderful blog.
Eu ia comentar alguma coisa, mas as msgs acima quebraram meu raciocínio: isso é spam ou alguém fazendo piada, me parece mais spam mesmo, se eu fosse vc, deletava. =]
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